segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Samba da Terra

Samba da Terra


A sua origem, Mãe África.
Batuques e elementos religiosos
Atravessaram o oceano de lágrimas e sangue.
Eufórica nação presa a correntes
Esquecidas no passado e no coração pátrio.
  

Guardaram na lembrança os cânticos
Que ecoavam na sua generosa terra
A dança homenageava suas divindades
Passada de geração era uma obrigação.
  

O povo negro espalhado pelo Brasil
Criou uma dança, trabalhou esse bailado,
No sombrio chicote de suas senzalas.
Nascia o admirado Samba
Música que embala, do requebrar,
Forte bambolear, a festa da ginga.
  

Do Samba enredo ao sambalanço
Evoluíram as vozes e os batuques
Clube de Samba de roda
Todas as suas modas.
A percussão batendo forte com o coração.
Do morro mais alto sai o Samba de raiz
Ritmo sincopado, música de partido alto.
A toda nova geração.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano









segunda-feira, 15 de agosto de 2016

MATERIALIZAÇÃO

MATERIALIZAÇÃO


Deus, Divino Criador.
Purifica minha Dor
Renova Minha Chama
Eterna e que Ela Seja
Fraterna com Amigos e Parentes
Por que Todos São Entes Eternos.



Quando nasci os problemas
Já existiam e o amor também.
Toda dificuldade os parentes
Já enfrentavam e suas alegrias
Nem sempre eram frequentes.



Deus, Divino Criador.
Purifica minha Dor
Renova Minha Chama
Eterna e que Ela Seja
Fraterna com Amigos e Parentes
Por que Todos São Entes Eternos.



Ao crescer reconheci algumas amizades
A idade foi se avançando
Meus problemas foram aparecendo
Não conhecia a dor, só o amor...



Deus, Divino Criador.
Purifica minha Dor
Renova Minha Chama
Eterna e que Ela Seja
Fraterna com Amigos e Parentes
Por que Todos São Entes Eternos.



Meus pais da Terra mudaram
Sua rotina em prol do meu destino
E ainda menino erradamente
Pensava conhecer-me
Envolvendo-me com outras
Pessoas e devolvendo
O calor de uma Vida Terrena.



Deus, Divino Criador.
Purifica minha Dor
Renova Minha Chama
Eterna e que Ela Seja
Fraterna com Amigos e Parentes
Por que Todos São Entes Eternos.



O propósito desta viaje
Está muito além de contemplar as paisagens
Hoje, conheço a minha dor,
Ouço o silêncio do meu âmago espiritual
Aceitando as armas que me são oferecidas
Sou vitorioso ou vencido na minha lida.
A noite escura é o meu manto de reflexão
O vento é o mantra
As estrelas o colar de orações
A quem peço perdão
Aos corações que por ventura maculei.
Divino Criador proteja-nos no novo dia
Materializando todo e qualquer sentimento
Em eternas Poesias.



Deus, Divino Criador.
Purifica minha Dor
Renova Minha Chama
Eterna e que Ela Seja
Fraterna com Amigos e Parentes
Por que Todos São Entes Eternos.



Fernando Matos
Poeta Pernambucano
http://poetafernandomatos.blogspot.com.br/









sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Em Construção

EM CONSTRUÇÃO


Alguém consegue enxergar o Amor?
Na sua deficiência global o Homem
Através de sua dor incansável
Transfere a alegria ao calor
Imensurável da busca infinita
Do significado.


Alguém consegue sentir o cheiro do Amor?
Os feromônios são intransferíveis
Entretanto no calor de uma relação
Existe a liberação intransmissível
Ao suor das vítimas secretadas
Entre as carnes amadas.  


Esse tal de Amor só se lê em versos métricos
Uma simetria imperfeita em outras poesias.
Contos da antiguidade faziam jovens donzelas
Suspirar ao deleitar-se nos romances
De finais felizes... Pobres infelizes.


Então Amor é alucinação?
Uma Sensação mórbida produzida
Por algo inexistente no real
Existindo apenas no imaginário
De pessoas mal compreendidas.
Sentimental além do dicionário.


Delírio então é Amar?
Entusiasmo que tentamos buscar
Nas veredas solitárias
De almas perdidas da razão
Exaltação sem virtude apenas descontrole.


Poderoso alucinógeno... O Amor.
O Tempo apagou a luz da emoção,
Semente que germinou no escuro
Não conheceu contatos...
Um raio de Luz invadiu o interior
Clareou a mente vazia em construção.
Um cheiro doce foi inalado,
O orvalho da manhã tinha um sabor ímpar.
Canto de pássaros transformado em sinfonia,
O olhar nos verdes campos
Inspirou a certeza:
Para tudo isso existir é preciso unicamente Amar.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano




sábado, 6 de agosto de 2016

Individualidade

Individualidade


As lembranças são névoas
Esqueci o contorno do teu rosto
Nem consigo mais sentir o cheiro
Do corpo sedento de amor.
Não me lembro dos teus olhos carentes
De desejos e sussurrando
Ao meu ouvido, sua louca...
Que boca tarada...
Olvidei a tão sonhada.
Caminho sozinho em versos perdidos
A razão de ter sido ferido
Em mente e coração sofrido
O corpo agradece o castigo.
Não faz mal se te enganei
Ou se fui enganado
O controle de nossos propósitos
Foi largado em lugar escuro
Sobrando apenas o lado puro
Do nascimento...
Semente do afeto
Adubado no futuro com ódio
O ópio de nossa subdivisão.
Atolado em choros de saudade
Minha idade é maldade da caminhada.
Até hoje quando me banho
É triste porque teu cheiro ainda resiste
Na pele fria, no vulto estranho.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano



sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Bardos

BARDOS


A Pira não consome a imagem eterna
Suplicamos por Justiça à Thémis
Trazendo ao Homem a lanterna
Da Verdade antes que tarde
Sentenciando os covardes da nação
Se o Portal abriu é por que
Ainda existe um caminho racional.

Que as almas inocentes
Sejam conduzidas por Thánatos
Ao justo julgamento de Hades
Não permitindo que retarde
A sentença a todo custo.
Se ainda há Luz é por que
Existe esperança.


Almejamos o Segredo do Fogo
Ainda que sejamos atormentados
Pelas lembranças de Pandora.
Embora vivos o Caos nos converta
Em zumbis que roubam a bem aventurança
Suplico com sufrágios ou oração...
Atena nos surpreenda com vossa sabedoria
Guiando nossa mente,
Dando força a nossa canção de vitória
Unindo os justos em uma só História.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O Nome

O Nome


Se eu precisasse de uma denominação
Para caminhar minhas pernas
Teria o teu nome...


Na necessidade de meus braços buscarem
Uma razão para abraçar
Em tua essência com certeza
Iria tentar sobreviver.


Minha mente hoje consegue fluir
Como um rio ansioso pelo mar
Os olhos da Gratidão vêm a reluzir
Brotar flores ao romper da aurora.


Meu lábio não grita mais o Nome em vão
Minha boca tem fome do perdão
Que purifica minha carne
Em louvor conclamo a Família do Senhor... Deus.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano