quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Na Pele

Na Pele


É irrefutável a sensação
Da frieza entre a raça humana
Em relação à dor alheia.
Todo caso impiedosamente
Sofreremos na pele a lição
Que a sociedade desapiedadamente
Impõem-nos em vão.


O primeiro ensinamento
Vem de o ato iluminar Divino
O nascimento...
Mesmo nesse inenarrável
Acontecimento a dor de quem
Vem a parir um rebento
É a alegria de quem a vida
Está chegando.


Verosímil admissão aos fatos
Corriqueiros que refutamos
Crendo na intervenção Divina
Como a chave de toda segurança.
Notório raciocínio ao mínimo
Em esperança nos traz
Às vezes em voz baixa
Em outras em voz alta.


Atroz é nosso egoísmo
Em correr da interpelação
Do bravio fanatismo
Aceitando a razão sombria
Da carne que nasce quente
No final desaparece fria.


Quando confessamos
Nossos pecados não nos
Tornamos “inocentes” dos medos
Somos traidores dos próprios
Segredos...
Refrigério é poder ser gentil.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano











terça-feira, 27 de setembro de 2016

Era Uma Vez, A Dor.

Era Uma Vez, A Dor.


Mão que trabalha na Vida
Mãos que despede se da Vida.
Uma ida sem sofrimento
A voz no pensamento
- Partiu sem dor?


A dor psicossomática
Angústia e lágrima
Abalo simultâneo
Do corpo e espírito.
A linguagem carismática
Princípio imaterial, alma.


A dor aguda que atrapalha
A dor crônica que maltrata
Uma vida inteira.
Seja qual for a manifestação
O alerta é o cuidado maior
Corpo em sofrimento
A nossa bandeira, compaixão.


A sensação penosa suplicante
Ocorrência desagradável
Sem empatia semelhante.
Desejo ardente de um olhar
Carismático e complacente
Piedade e compaixão
Início básico do cuidar.


Todo dia existirá uma razão
A nova oportunidade
Em fazer as coisas com perfeição.
Não se recicla a vida...
O tempo é curto.
O eco ao escutar
Meu grito de dor...
Silenciou.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


domingo, 18 de setembro de 2016

Vibrações do Alto

Vibrações do Alto

  
Subo a colina sem hesitar
Como a promessa não paga
É qualquer forma de curar
O mal criado no cativeiro da alma.


Do alto um microfone solitário
Esperando pelo andarilho
Ao contrário dos palcos da vida
Esse ambiente cênico
É para uma relação íntima
De Pai e filho...


São tantas falas mudas
Para proferir e esvaziar
O espírito das poeiras mundanas
Emoções frias e quentes
Humanas e carinhos partidos
Olhos carentes de perdão.


O ator não precisa de microfone
Ele grita o nome projetado
No infinito imaginário.
O calor emocional do último espectador
Sozinho que nunca conheceu
Mas agora de te ama
Sem mesmo saber seu nome.


O poeta triste pinta o rosto
Esconde se atrás do palhaço
Que na fria risada
Chora a perda de sua amada
Ainda que leve nome de ladrão
Do coração alheio.


Desligo o microfone
Descendo a colina
Ao som inspirador
Da última melodia no saxofone
O blues da águia
Que maravilhosamente aguça
A visão em busca da Divina Vitória.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano








sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sonho ou Loucura?

SONHO OU LOUCURA?


O que vemos quando
Estamos de olhos fechados?
As lágrimas não hidratam
O coração ferido.
Lembranças dever ser usadas
Apenas como orientação
Em noites escuras.


É comum o Ser Humano
Equivocar-se com declarações.
Não tem como evitar
As palavras um dia se encontram
Em corações partidos.


O que deixo na vida
Não vejo serventia,
Apenas um depósito empoeirado.
Um novo dia qualquer
Sem memória irá começar.
Amanhã nada será
Reiniciado.


Já não se faz necessário
As emoções embebidas
Nas velhas proféticas canções.
Aqui um segundo de solidão
É uma grande oportunidade
Retrocesso e sofrimento.


Parecer feliz só altera
A forma de conjugar o verbo.
Aqui eu me escondo
De outros olhos curiosos
Pervertidos.
Meus olhos choram
Mas não são permitidos.


Tudo certo quando
Estou por perto.
Aqui o lápis e papel
São próprios e me pertencem
Nada mais, é tudo.


Um beijo se te vejo,
Um aperto de mão
Despedida.
Um abraço hoje para
Selar a saudade do amanhã.


O caminho é um ciclo
Que se encontra
Em cada acordar...


Fernando Matos
Poeta Pernambucano





sábado, 10 de setembro de 2016

JANELAS PARA O MUNDO

JANELAS PARA O MUNDO


Olhos que tanto os desejos
Não os vejo em meio à multidão.
Almejo ver, sentir as cores do mundo.


Dar-te-ia um abraço
Se o embaraço do dia a dia
Não perturbasse a sua falta de tempo.


Correria entre verdes campos
Todavia a nossa covardia
De entender a necessidade
Não esbarrasse no preconceito doentio.


Deficiente é aquele que usa
Da covardia, da intolerância, da maldade,
Em não querer de alguma forma
Entender a comunicação universal.
O Amor da acessibilidade.


A Paz que nos apraz
Inclusão é feita
Com a força motora do coração.
O poeta com os olhos marejados.
Sente-se humilhado
Pela incapacidade de (só) breviver.


Deixe a Luz adentrar
Nosso íntimo lar...
Quem sabe assim descubramos
A real beleza do interior.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano





FIM DE TARDE

FIM DE TARDE


Entardeceu e o sol perdeu
Sua força abrindo espaço
Para o prelúdio da noite
O laço noturno envolve
Em um lúdico sonhar acordado.


O cheiro de pão quentinho
Toma conta do bairro
Também em nosso ninho.
O banho refrescante do final de tarde
Já promete belos sonhos.


A vida prossegue sem hesitar
Enquanto alguns repousam
Outros irão plantar a semente
Do novo dia.
O chá, o café a mesa convida,
A celebração do encontro familiar.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano


  

ANAGRAMA – AMA SANGRA

ANAGRAMA – AMA SANGRA


Todo mundo se contradiz,
Contra diz, contra, diz...
Nada diz, contra.


Hipócritas, distorcem
A minha opinião,
Diz e torcem minhas palavras
Hipócritas.


Romanticamente, romântica
Mente, mente... Romântica.
Ladeira protagonizava,
Pró agonizava a solidão
Da madrugada.


Olinda, Ó linda menina
Linda... Linda Ó
Compaixão, com paixão.
Iluminação, que ilumina a ação,
Ação... Ilumina rapidamente,
Rápida a mente, novamente,
Nova mente... Mente nova.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano