segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Brincantes

Brincantes



Antes de sair da corte real
Pausa, silêncio e oração.
Tudo tem que ser Divino e especial.
Preparados, um sorriso e um abração.


Sigo confiante, alegre e contente.
Desembarcando na alfândega da alegria
Nada a declarar, apenas uma sobrinha a mão.
Pai e filho, dois brincantes na folia.


Cada passo, uma descoberta.
Pedra e trilhos do passado
Rua da Moeda, depois Mariz de Barros.
Mansidão na Rua Marquês de Olinda
Bom Jesus todo o Brilho nos seduz.


Na Praça do Arsenal aquele sorriso
A nossa arma perigosa
Sentados a praça soltando bolinhas de sabão
Graciosa brincadeira e descontração
Ao longe uma canção conhecida
Um velho poeta e uma prosa da vida
Criança feliz e livre como seu encantamento
Felicidade era pouca naquele momento.


Retornando pelos passos percorridos
Na esquina uma multidão colorida
Um som conhecido, tambores do maracatu.
Olhar de surpresa e admiração
Melodia que reverência uma Nação
É hora do adeus e na partida
Um breve até logo e a sobrinha sempre a mão.


Versos que não cabem na folha de papel
Sentimentos guardados em fotografia
Encantamento de João Emmanuell
Ensinamento reinado nessa simples poesia.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano






quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Essencial

Essencial


Quando tudo parece verdadeiro
A chuva da madrugada parece limpar
O sonho claro volta ser nevoeiro
Dimensão que ilude, mas costuma encantar.


A qualidade é essencial na jornada
Elegante sentir a fé entre olhares
O que é real é também fidedigno
Semente que brota entre lares.


O som é capaz de penetrar a alma
Espírito apto a esmerilar a consciência
Vida que padece e voz do alto que enaltece.
Ciência do absoluto, agora é todo luto.


O ponto de partida deixou de possuir
A Luz incandescente fracassou na vitória.
Fonte de energia que faz fluir
Guarda também a essência da memória.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

RESISTÊNCIA

RESISTÊNCIA



Revolução se faz com escritas
Fortes, ousadas e determinantes.
Malditas ideologias sociais
Meramente conflitantes.


Mudança começa na educação
Movimento de libertário absoluto
A sociedade precisa de ação
O silêncio torna-se um abuso.


Revolta por um juízo irracional
Destruído por mecanismo e pela inépcia
Em qualquer rede social.
Almejemos uma nação ilibada
Na utopia da bem-aventurança
Inteligência imaculada.


Resisto às injustiças diárias
Urubus já não comem carniça
Humanos saciam-se da ração pária.
(Re) existo na sensatez imaginária
Reflexão perdida na natureza mesquinha
Nação pobre e sanguinária.
Madeira de lei não sai da linha.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano





terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Diamante Rosa

Diamante Rosa


Era uma manhã calma e fria
Do alto de uma janela a paisagem
Sorria com o esplendor da vida
Flores, animais e humanos,
Em plena harmonia.


Uma rosa do alto de uma sacada
Decide aventurar-se rio abaixo
Por sorte não ficou despetalada
Não havia correnteza apenas
A leveza das águas calma.


Um destino incerto lhe aguardava
Curtiu toda vida ao redor
Por onde passava era só encanto
Até que nas encruzilhadas do destino
Encontrou outra rosa para seu espanto
Viagem de luz e cor, apenas dois peregrinos.


A brisa fria não mais sentia
As águas agora com marolas
Mornas como banho de donzelas
Dia após dia dois viajantes pelo mundo
A companhia ideal para tudo desfrutar.
Cantos dos pássaros e ondas macias
Todo um universo a compartilhar.


Agora o vento forte e sol alaranjado
Preocupava aqueles dois apaixonados
Viaje longa e as pétalas começam a cair
Resolvem então juntar-se mais
Como proteção e suas belezas naturais
O tempo não vir a destruir.


Tanto tempo viajando não deu conta
A distância da velha morada
Que importa? Foram dias maravilhosos
Junto à pessoa amada.
O frio nesse momento castigava
As rosas que um dia almejaram a vida conhecerem.
Era tanto frio que os dois de tão juntos pareciam
Um só...
Tantas recordações que não permitia esquecerem
Que uma grande e longa viagem
Só pode ser bonita se aos dois pertencer.
A friagem congelou os aventureiros
Ninguém até hoje sabe o final
Dessa linda aventura.
Acontece que o enlace especial
Tem como grande testemunha
A natureza e o Divino Transcendental.


Fernando Matos
Poeta Pernambucano












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